segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Larissa n°13

No Brasil

Sentir na pele a discriminação é algo que alguns de nós ainda não provamos, mas a “dor” que se sente por ser tratado como o “diferente” é muito maior que se pensa. Fui praticamente criada numa favela conhecida no Rio de Janeiro, o morro da formiga, e tenho ainda muitos parentes e amigos que vivem por lá. Lembro que quando eu era criança e eu subia o morro, sentia muitas vezes uma “rejeição” de alguns por eu não pertencer ao local ou morar na “rua” (Asfalto - esse era o jargão para quem não morava no morro) e não nego que também o fator de eu ser branca influenciava. E eu sofria na época sem entender os motivos, com isso eu me sentia isolada do grupo. Fui crescendo e consegui conquistar o espaço do grupo e hoje os meus melhores amigos eu fiz lá. Percebi que pelo fato da minha “criação” ter sido em parte no morro me fez ter uma visão bem diferente dos meus amigos criados em casas, vilas e prédios. Deparo com circunstâncias hoje em dia que só me vem o estalo de que minha percepção é diferente justamente pelo meu convívio no morro.

Mas vejam que o que eu contei não se refere somente a minha “penetração” na favela, mas de como nós tratamos aqueles que vêm para a “rua”. O Rio de Janeiro é uma cidade que não demonstra claramente preconceituosa, mas será mesmo que não é?? Qual seria o reflexo de tanta violência na cidade?? Seria em parte por não darmos espaço para eles?? Pode ser que sim, pode ser que não... Vai saber?

Descriminar racialmente é crime! Eu não sei como eu agiria nos dias de hoje se eu me sentisse rejeitada novamente, mesmo sendo pela raça oposta. Então precisamos realmente entender como é se sentir discriminado!! E acima de tudo respeitar as diferenças, seja em raça, gênero, cultura ou faixa social!

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