terça-feira, 21 de outubro de 2008

www.google.com jhessica n° 38

ZUMBI
Considerado herói da resistência escravista, grande líder do quilombo dos Palmares, nasceu em 1665, numa das aldeias do quilombo, sendo raptado no mesmo ano pelo chefe da tropa inimiga da Brás da Rocha Cardoso, foi levado para a freguesia do Porto Calvo e entregue ao padre Antonio Melo, que o batizou com o nome de Francisco. O mesmo foi coroinha. Muito inteligente aprendeu logo a ler e escrever e passou a dedicar-se ao estudo da matemática, português, latim e religião. Aos quinze anos, 1670, foge da casa do padre, voltando para o quilombo de origem. Em Palmares, Francisco passou a se chamar pelo nome africano de Zumbi foi reconhecido como sobrinho do Rei de Palmares Ganga Zumba. Zumbi ainda jovem tornou-se general das armas e chefe do exército de Palmares. Tornou-se um mito entre os negros. “Zumbi” significa a força do espírito presente. Com a morte de Ganga Zumba, Zumbi aclamado Rei dos Palmares
As autoridades coloniais desencadearam uma verdadeira guerra contra os palmerinos, sendo uma das mais importantes daquela época. Quase sempre as tropas oficiais conseguiam algumas vitórias parciais, mas acabavam sendo derrotadas.Zumbi fica conhecido em 1673, quando a expedição de Jácome Bezerra foi desbaratada. Durante o reinado de Zumbi, o quilombo dos Palmares cresceu e tornou-se a maior república negra livre do continente americano.Em 1678 o governo de Pernambuco chegou a assinar um acordo com Palmares. Pelo acordo os habitantes dos quilombos poderiam cultivar uma área limitada, em liberdade, mas o governo de Portugal não aceitou o acordo e novos ataques foram organizados. Diante das constantes derrotas, o governador de Pernambuco em 1663, contratou os serviços do bandeirante paulista, visto como assassino de aluguel Domingos Jorge Velho e seus homens, para destruir Palmares.O governo colonial preocupado com a organização dos palmarinos, aumenta os ataques para destruir o quilombo. Todas as expedições foram derrotadas até 1694.Nos primeiros ataques, os paulistas foram derrotados. Jorge Velho percebeu que não seria fácil derrotar Palmares. Exigiu do governo mais armas, munições e mantimentos. De várias capitanias foram recrutados homens para participar do ataque. Cerca de 9 mil combatentes partiram para a Serra da Barriga, em 1694.O quilombo do Macaco foi atacado por todos os lados. Lutaram com valentia, mas os palmarinos não conseguiram resistir. A maioria morreu lutando. Zumbi foi ferido, conseguiu fugir. Durante quase dois anos após a luta, continuou organizando escravos da região e atacando senhores de engenho e as forças armadas do governo. Palmares não era só guerra. Havia escolas para crianças e diversas oficinas artesanais como: Cerâmica, ferreiro, carpintaria etc. Na agricultura cultivavam mandioca, arroz, milho, cana-de-açúcar e frutas. No dia 20 de novembro de 169, Zumbi foi abatido nos eu esconderijo, descoberto depois da traição de um dos seus principais comandantes Antonio Boars, que revelou onde o líder se encontrava. Morreu aos 40 anos, após lutar contra milícias organizadas por donos de terra. Por isso nessa data é celebrada no Brasil inteiro o Dia Nacional da Consciência Negra. A cabeça de Zumbi foi cortada e levada para Recife. O governo mandou que fosse colocada no alto de um poste, onde deveria ficar até se decompor, “para satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e atemorizar os negros que supersticiosamente o julgavam imortal”.Os ideais de liberdade de Zumbi, contudo permaneceram vivos. Novos quilombos foram organizados e os escravos continuaram lutando pela sua liberdade, seus ideais. A luta dos palmarinos durou cem anos e a luta dos negros continua. Zumbi, o maior herói do Brasil continua vivo na consciência de todos que lutam por uma sociedade justa, fraterna e sem discriminação. Zumbi é mito! Continua vivo!Como estamos falando do período da escravidão, não poderia deixar de mencionar, como chegavam os escravos no Brasil e as suas descendências. O transporte dos escravos da África até a América portuguesa era feito de maneira desumana, em navios chamados tumbeiros, mais conhecidos como navios negreiros, sendo a América portuguesa a principal compradora de escravos africanos. Os cerca de 4 milhões que aqui entraram até o século XIX, representavam mais de 1/3 do total capturado nas regiões dos atuais Congo, Angola Moçambique e sudaneses, originários dos atuais Nigéria, Daomé e Costa do Marfim. Os sudaneses eram desembarcados na Bahia e os bantos eram levados para Pernambuco, Minas Gerais e Rio de Janeiro.Desde 1888, quando foi abolida a escravidão no país, os remanescentes dos antigos quilombos – redutos onde se reuniam os negros foragidos – permaneceram esquecidos embaixo do tapete da história brasileira. Nos últimos tempos contudo, eles começaram a reaparecer. Graças ao trabalho de pesquisadores, do governo e ao efeito da Constituição de 1988, que reconheceu o direito à terra a descendentes dos negros escravos. Existem espalhadas pelo Brasil diversas comunidades que se originaram de antigos quilombos. Por lei elas têm garantia de posse de suas terras. Estima-se que mais de 2 milhões de pessoas vivam nestas comunidades organizadas. Segundo a Fundação Cultural Palmares, o governo federal confere às comunidades o direito ao título de posse da terra. Os remanescentes de quilombos preservam o meio ambiente e respeitam a comunidade onde vivem. Continuam perseguidos por grileiros que os ameaçam de expropriação e invasão das terras, na cobiça pelas suas riquezas: Recursos naturais, fertilidade do solo e qualidade da madeira. No Maranhão existe hoje um grande número de áreas remanescentes de quilombos e no nosso município, Itapecuru-Mirim, são muitas áreas de afro-descendentes, entre elas Santa Maria dos Pinheiros, Mata de São Benedito, Santa Rosa dos Pretos, Santa Maria dos Pretos, Santa Joana, Piqui, Tingidor, Morros, Filipa, Mirim, Curitiba, Dois Mil, Oiteiro dos Pretos, Monge Belo, Canta Galo, Moreira, Santa Helena, Ipiranga da Carmina, São Sebastião, Fandango, Santa Rita dos Gouveias, São Bento, Mata do Ipiranga, Pirinã, Mangal, Benfica Jaui, Buragi, Mandioca, Brasillina, São João dos Corrêas, Contendas, Santa Isabel, Ribeiro, Juçara, Santa Helena 2, Centro de Águida, Colombo, Pedrinhas e Jaibara dos Nogueiras. DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRAA Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, como sendo o do Dia Nacional da Consciência Negra . A mesma lei também tornou obrigatório o ensino sobre a história e a cultura afro-brasileira. Com isso, professores devem inserir em seus programas aulas sobre os seguintes temas: História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional.Com a implementação dessa lei, o governo brasileiro espera contribuir para o resgate dos povos negros nas áreas: social e econômica, cultural e política ao longo da história do país. O Centro de Cultura Negra vem desenvolvendo um excelente trabalho sobre o negro, inclusive já publicando vários livros, como a coleção sobre Negro Cosme. São muito importantes todos os volumes. Precisam ser vistos e estudados, para que possam ser trabalhados em sala de aula. Comemorar o dia da Consciência Negra é uma forma de homenagear e manter viva em nossa memória a figura histórica de Zumbi dos Palmares, pelos seus 310 anos. Dia também de todos os brasileiros e brasileiras que almejam uma sociedade mais democrática, longe da discriminação e do preconceito. A luta contra o racismo e os direitos igualitários não pode cessar.

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